“SÍNDROME DA IMPOSTORA” É MAIS COMUM DO QUE IMAGINAMOS

Autoconhecimento e verdadeiro pertencimento podem lhe ajudar a combatê-la

Quando era criança gostava de pegar uma escova de cabelo e correr para frente do espelho. Cantava, dançava e até recitava versos para uma plateia invisível. Acho que muitas pessoas já viveram essa fase. Mas quando os anos passam, a crítica e a vergonha ganham espaço e lhe tiram da frente do espelho. É como se falasse: isso não lhe pertence. Então o que me pertence? Uma boa pergunta, que devemos refletir. Há algum tempo estava lendo “A coragem de ser você mesmo”, de Brené Brown, e no livro a autora dizia que quando pertencemos a nós mesmos e acreditamos em nós de modo incondicional, o verdadeiro pertencimento já é nosso. Não há críticas que vão nos tirar do lugar onde decidimos ficar. Então por que não acreditarmos em nosso potencial?

Ainda me lembro que aos 11, 12 anos eu queria muito fazer uma leitura na igreja, achava incrível e poderoso. Certo dia, minha mãe me chamou para ler. Eu chorei tanto de medo, que minha voz quase não saía. Ela foi firme, disse que era o que eu queria e precisava encarar de frente minha insegurança. Mais tarde tive vergonha do meu choro e desespero. Quando algo assim acontece não podemos ficar analisando o momento, imaginando o que vai acontecer. Precisamos estar nele e curtir. É necessário combater com frequência a “síndrome da impostora”, já ouviu falar? É quando colocamos em nossa cabeça que somos incompetentes ou insuficientes, não acreditamos no que somos capazes.

Shakira acolheu suas fraquezas e verdades e driblou a síndrome da impostora

O medo da crítica e de não encaixarmos em um mundo de pessoas competentes nos levam a um caminho perigoso, aquele que você deixa de ser você, de acreditar em sua verdade e seu potencial. Isso pode acontecer com qualquer um. Até a cantora Shakira passou pela crise da “síndrome da impostora”, quem diria, não é mesmo? Logo ela, cheia de hits de sucesso, viveu a pobreza em Barranquilha, na Colômbia e hoje é conhecida no mundo inteiro por seu trabalho incrível.

Em uma entrevista ela disse que o que fez para driblar essa fase. Usou a “síndrome da impostora” como motivação para descobrir quem ela era e o que poderia oferecer de melhor para seu público. O resultado?  Sucesso absoluto com suas canções, até com as que tratam seu maior momento de dor e fragilidade, como a separação de seu marido Piqué por traição. Shakira passou por seu momento de dor, fez letras de desabafo, com a mais pura verdade do que sentia e muitas pessoas se identificaram com isso. É só dar uma olhada na apresentação do VMAs 2023, ela foi parar nos braços do público, sem contar a quantidade de prêmios que recebeu.

Como diria a autora Brené Brown: a arte tem o poder de tornar a tristeza bela, fazer da solidão uma experiência compartilhada e transformar o desespero em esperança. Dessa forma percebemos que não somos os únicos a passar por certos momentos de escuridão. Entendo como arte não só a música, a dança, mas o dom, qualquer forma de talento que nós temos para compartilhar com o próximo. Assim não nos sentimos solitários em nosso sofrimento. Mas essa jornada de autoconhecimento e verdadeiro pertencimento não é algo que acontece do dia para a noite. É preciso buscar suas verdades, ser sincero e acolhedor com o seu ser, abraçar suas fraquezas e dessa maneira pertence a qualquer lugar, sendo você mesmo.

Todas as pessoas têm um dom, descubra o seu e mostre-o para o mundo. Ajuda no autoconhecimento e vai inspirar muita gente.

3 thoughts on ““SÍNDROME DA IMPOSTORA” É MAIS COMUM DO QUE IMAGINAMOS”

  1. É um desafio e vale passar por ele, fazer essa travessia. Afinal, como diz Guimarães Rosa, o que a vida quer da gente é coragem.

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