AS CURIOSIDADES DA FEIRA DE SAN TELMO

Um passeio pela capital Argentina

O domingo amanheceu frio e nublado em Buenos Aires, mas, como eu e meu marido estávamos de férias, resolvemos aproveitar cada minuto da viagem. A programação era conhecer a famosa feira de San Telmo, que tinha quilômetros de extensão. Caminhamos até a Praça de Maio, ponto turístico da cidade onde a feira começa. As barracas lado a lado deixavam pouco espaço para os turistas e moradores locais passarem, bem parecido com o que encontramos no Brasil.

Vimos roupas, porcelanas e objetos de antiquários como enfeites, muito artesanato e o aroma especial de cada barraca de incenso. Não dava para parar em todas, porque eram muitas, mas foi um passeio calmo e tranquilo. Havia muitos suportes de madeira para colocar as garrafas de vinho (vale dizer que são deliciosos e baratos por lá), além de lembrancinhas tradicionais da cidade, com bonecos dançarinos de tango e lugares caricatos como o Caminito. Para quem não sabe, é o bairro do Boca, onde fica “la Bomboneira”, o famoso estádio de futebol. Por falar em futebol, o rosto do Messi estava por toda parte.

Como estava frio, era comum ver os argentinos passando com uma cuia de chimarrão, para aquecer um pouco. Uma brasileira, que mora na Argentina, contou-me outra maneira de diferenciá-los dos turistas do Brasil. As roupas. A maioria das brasileiras estavam muito bem-vestidas, parecia um desfile de moda, já os argentinos só queriam despistar o frio e usavam roupas normais, quentinhas. Os brasileiros eram também os que mais pediam descontos. Aliás, eu fui uma das que queriam pagar uns “pesos” a menos, mas os artesãos diziam: precisamos valorizar nosso trabalho, não tem como dar desconto. Fiquei com vergonha, porque minha irmã trabalha com artesanato e fala a mesma coisa. Paguei o valor cobrado.

No caminho que dava no mercado de San Telmo vimos várias lojas de alfajor e doce de leite e procuramos o que era tradicional da Argentina, recusamos marcas importadas. Nas ruas é bem comum ver carrinhos com churros, uma perdição para quem ama aquela massa com doce de leite. Mas não se deixe enganar, não é frito na hora. Mesmo assim vale a experiência. Outra coisa tradicional no país são as empanadas, uma espécie de pastel assado. Experimentamos em um quiosque do mercadão. É difícil conseguir pedir um, a fila é enorme. E quando você come, quer mais. O mercado de San Telmo foi o único lugar que me preocupei com os furtos. É bem cheio e ouvi algumas mulheres gritando: devolva meu celular, ou chamo a polícia. Eram brasileiras.   

Mesmo com a situação o povo aproveita o que o mercado tem de melhor, a comida, os vinhos e as cervejas, algumas marcas são boas. Terminamos o dia procurando um carrinho de churros na rua, já que no mercado não encontramos. Pedimos em alguns restaurantes e eles nos ofereciam um cardápio de drinks. Achei estranho, afinal de contas, churros é churros no Brasil ou na Argentina. Ainda bem que encontramos. Foi um entardecer bem doce, apesar da garoa e do frio.